Médico se torna réu após ser acusado de negligência em parto que deixou bebê com sequelas graves
06/07/2025
(Foto: Reprodução) Pais denunciaram atendimento durante trabalho de parto que durou 27 horas. Bebê sofreu paralisia cerebral e mãe teve complicações graves após o nascimento. Obstetra é denunciado de por lesão corporal contra mãe e bebê e vira réu na Justiça do Paraná
O médico Wesley Timana Yovera, conhecido nas redes sociais como “doutor Cegonho”, virou réu em um processo criminal por lesão corporal contra uma mãe e seu bebê após complicações no parto. O caso ocorreu em abril de 2022 e envolve a família de Larissa e Leandro, que esperavam o segundo filho, Luca.
O ginecologista e obstetra atendia em Curitiba e São Paulo, com grande apelo nas redes sociais, onde divulgava vídeos descontraídos e ações de marketing sobre seu trabalho.
"Ele fazia um marketing de sonho., com muitos mimos, muitos agrados e isso acabou nos envolvendo, de certa forma", conta Larissa Elias Cardoso Martins.
Parto longo e complicações
Larissa começou a sentir contrações na véspera da Páscoa. Todos os exames pré-natais indicavam que o bebê estava saudável. No entanto, o trabalho de parto se estendeu por 27 horas, e, segundo ela e o pai, Leandro Nogueira Martins, as dores se tornaram insuportáveis.
“Falei: ‘olha, Wesley, deu. Chega. Eu acho que conheço a Larissa, ela está muito fraca. Acho que é hora de fazer uma cesárea’”, contou o pai em entrevista ao Fantástico.
O pai afirma que, em determinado momento, quando estava no banheiro, ouviu risadas vindas do quarto: "Quando eu abri a porta do banheiro assim, ele estava fazendo aquelas barras de pilates, se pendurando ali e a equipe dando risada. Isso pra mim, é chocante".
De acordo com Larissa, o médico procurou pelo batimento e não encontrou. Em seguida, usou o fórceps, sem aplicação de anestesia, para retirar o bebê. "Luca foi levado imediatamente para UTI neonatal em parada total, sem nenhum batimento cardíaco", contou.
O médico alegou que a indicação do fórceps foi feita porque a cesárea levaria mais tempo e o bebê poderia não resistir. “Esse bebê ia a óbito”, afirmou em entrevista ao Fantástico.
Ele alegou que houve demora até o bebê ser atendido pela pediatria do hospital, pois não havia leito pronto para uma situação de emergência.
"Eu não estou me eximindo de culpa, tá? Eu até acho válido que o CRM investigue, que o Ministério Público investigue. Por quê? Porque tem coisas mesmo que precisam ser avaliadas", disse Yovera.
Sequelas e denúncia
Luca ficou 91 dias internado na UTI. Segundo a família, ele sofreu uma lesão cerebral extensa e foi diagnosticado com paralisia cerebral grave, decorrente de sofrimento fetal prolongado.
"Luca é uma criança de 3 anos que nunca atingiu nenhum marco de desenvolvimento. Ele não chora. Ele não sorri", relata a mãe.
O Ministério Público do Paraná denunciou o médico por lesão corporal contra mãe e filho, alegando que ele demorou excessivamente para realizar o parto, o que teria causado as sequelas neurológicas permanentes no bebê. A mãe também teve complicações graves após o nascimento.
Larissa foi liberada pelo hospital, mas três dias depois voltou a passar mal. Os exames revelaram que ela estava com uma rotura uterina ativa e hemorragia interna.
“Meu útero estava aberto há oito dias desde o parto”, contou. Ela foi encaminhada para uma cirurgia de emergência.
O obstetra afirma que manteve contato tanto com Larissa e pediu que os exames necessários fossem feitos.
Em nota, o advogado do médico afirma que a denúncia "foi formulada sem que o Dr. Wesley fosse previamente ouvido, impossibilitando o médico de apresentar sua versão dos fatos" e que serão fornecidas "provas periciais e documentais que demonstrarão a correção da conduta médica adotada."
Além da denúncia criminal, Wesley também responde a dois processos ético-profissionais no Conselho Regional de Medicina do Paraná. Ele é investigado por “causar dano ao paciente, por ação ou omissão” e por indícios de imprudência ao retardar a indicação da cesárea.
Larissa e Leandro buscam justiça para evitar que outras pessoas tenham uma experiência semelhante. "Eu espero que o Lucas seja um caminho para mudar a história de outras pessoas. Que ele tenha uma vida feliz, dentro das limitações dele", diz Larissa.
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