Como será o 1º voo comercial de foguete lançado do Brasil e o que está a bordo
17/12/2025
(Foto: Reprodução) Como é o foguete que fará o primeiro voo comercial partindo do Brasil?
A tarde desta quarta-feira (17) deve registrar um momento histórico para o programa espacial brasileiro. Pela primeira vez, o Brasil vai participar e coordenar ativamente o lançamento de um foguete comercial a partir do território nacional.
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O lançamento do HANBIT-Nano consolida a realização de um sonho antigo, após a tragédia envolvendo o Veículo Lançador de Satélites que matou 21 pessoas, em 2003.
Ao todo, cerca de 500 profissionais trabalham nos preparativos e no lançamento do foguete no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no litoral do Maranhão, com a participação da FAB, da Agência Espacial Brasileira (AEB) e especialistas contratados pela Innospace.
Foguete da Innospace já posicionado na plataforma do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA)
Divulgação/Innospace
Veja também: Como será e por que 1º voo comercial de foguete no Brasil pode colocar país na rota do mercado espacial
Segundo a Força Aérea Brasileira, os últimos detalhes já foram ajustados e o HANBIT-Nano já está posicionado para levar ao espaço cinco satélites e três dispositivos (entenda mais abaixo) que vão auxiliar em pesquisas em mais de cinco áreas desenvolvidas por entidades do Brasil e da Índia.
Cronologia da contagem regressiva ...
Nesta quarta-feira (17), o lançamento está programado para acontecer às 15h45. Mas antes disso, a preparação segue uma sequência rígida de etapas para garantir que tudo ocorra de forma segura. Não há garantia, inclusive, de que o lançamento irá acontecer, caso algum fator meteorológico ou técnico aponte para a insegurança da missão.
Sala de operações no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA)
Divulgação/FAB
No dia 22 de novembro, foi exatamente o risco de falha na missão que abortou o lançamento e provocou a remarcação da missão para o mês seguinte. Mas caso o foguete não seja lançado nesta quarta (17), ainda poderá acontecer durante a 'janela de lançamento', até o dia 22 de dezembro.
Porém, segundo a FAB, até o momento todas as condições apontam para o sucesso na missão, que é acompanhada por equipes técnicas especializadas que atuam de forma integrada.
Antes do início da contagem regressiva, serão feitos planejamentos e testes, como a verificação dos sistemas do foguete, a integração dos estágios e das cargas úteis, ensaios de comunicação e checagens de segurança. Com a ativação da cronologia, o Centro de Controle passa a comandar todas as ações do lançamento.
No caso do HANBIT-Nano, estão previstas cerca de nove horas de atividades até o acionamento do motor. Durante esse período, ocorrem verificações e decisões conhecidas como “GO” ou “NO-GO”, em que cada área confirma se está tudo em condições de seguir adiante. Qualquer problema — seja no clima, nos sensores, na comunicação ou no abastecimento — pode interromper a contagem.
Participam dessa fase:
Todas as áreas operacionais do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), como o Centro de Controle, responsável pelas decisões da missão;
A Telemetria, que acompanha os dados em tempo real;
Os Radares, que monitoram a trajetória do foguete;
Casamata, que coordena o disparo.
Uma falha em qualquer um desses pontos pode provocar atraso, reinício da contagem ou até o cancelamento do lançamento. Nos minutos finais, a atenção se volta para os sistemas de disparo, pressão dos tanques, ignição, softwares de bordo e condições do tempo, como vento e chuva. Esses fatores estão entre as principais causas de adiamentos de lançamentos em todo o mundo.
O que será lançado?
O foguete levará ao espaço, para a órbita da Terra, cinco satélites e três dispositivos que vão auxiliar em pesquisas em mais de cinco áreas desenvolvidas por entidades do Brasil e da Índia. São eles:
Satélite Jussara-K: Desenvolvido pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em parceria com startups e instituições nacionais, ele tem como missão coletar dados ambientais em regiões de difícil acesso;
Satélites FloripaSat-2A e FloripaSat-2B: Desenvolvidos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) serão usados para validar uma espécie de comunicação em órbita;
PION-BR2 - Cientistas de Alcântara: Desenvolvido pela UFMA, em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a startup PION e levará ao espaço mensagens de alunos da rede pública de Alcântara;
Satélite SNI-GNSS: Vai determinar com precisão a velocidade, posição e altitude do foguete e para essa tecnologia poderá ser aplicada em outros dispositivos como drones, carros e navios. Ele foi desenvolvido pela Agência Espacial Brasileira (AEB) em parceria com as empresas Concert Space, Cron e HORUSEYE TECH;
Solaras-S2: Será responsável por monitorar fenômenos solares que podem impactar comunicações, navegação e sistemas tecnológicos na Terra. Foi desenvolvido pela empresa indiana Grahaa Space;
Sistema de Navegação Inercial (INS): Dispositivo vai validar um algoritmo de navegação que irá auxiliar na futura aplicação em sistemas de navegação embarcados em missões espaciais. Foi desenvolvido pela empresa Castro Leite Consultoria (CLC).
Dois dos satélites que estarão a bordo do foguete HANBIT-Nano
Divulgação/FAB
Terá ainda, a bordo do foguete, um outro dispositivo desenvolvido pela empresa Castro Leite Consultoria (CLC), entretanto por solicitação do fabricante, a Força Aérea Brasileira (FAB) teve acesso a apenas dados de um.
Como é a base de Alcântara?
Infográfico: Entenda as vantagens da base de Alcântara
Arte/g1
Construído na década de 1980 o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no litoral do Maranhão foi escolhido para sediar um centro espacial que atendesse aos requisitos técnicos e logísticos do Programa Espacial Brasileiro. Um dos motivos é a extensa costa do litoral, a capacidade de abrigar lançamentos próximos a linha do Equador e de angular de órbitas.
📌A localização próxima à linha equatorial faz com que lançamentos a partir do local gastem menos combustível e tenham, consequentemente, o custo da operação reduzida. Além disso, há uma baixa densidade de tráfego aéreo na região e um amplo leque de inclinações orbitais para os lançamentos.
Apesar destas qualidades, o local se tornou por décadas subutilizado. Entre os motivos para a subutilização estão o grave acidente há mais de 20 anos no local e questões fundiárias.
A tragédia interferiu para na consolidação do Brasil no mercado espacial, com redução da atividade em Alcântara a partir de 2003.
Como é o foguete
Arte: Como é o foguete HANBIT-Nano
Arte/g1
Produzido pela empresa sul-coreana Innospace, o HANBIT-Nano tem 21,9 metros de altura, pesa 20 toneladas e tem 1,4 metro de diâmetro.
Durante o seu lançamento, o foguete pode atingir uma velocidade de 30 mil km/h. A velocidade é necessária para que ele alcance a órbita e possa 'escapar' da gravidade terrestre. A viagem até atingir a atmosfera e entrar em órbita deve durar cerca de 3 minutos.
🌌🔭 O lançamento do foguete HANBIT-Nano ocorrerá em dois estágios e poderá ser visto a olho nu dos céus de Alcântara (MA) e em parte de São Luís (MA).
No momento todos os nossos apresentadores estão offline, tente novamente mais tarde, obrigado!
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